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25.4.09

Você já foi à Paris, nego?

Não? Então vá.

Hora Local (Southampton - Inglaterra): 11h10
Hora do Brasil: 06h10

EU FUI PRA PARIS, PORRA! COM AS MINHAS PRÓPRIAS PERNAS, COM O MEU PRÓPRIO TRABALHO, COM O MEU PRÓPRIO ESFORÇO, SEM AJUDA DE UM FILHO DA PUTA QUALQUER. AGORA PENSEM DUAS VEZES ANTES DE DUVIDAREM DE MIM.

Pronto, já passou. =)

Paris, ca#$%^&! Não, o navio não para em Paris, ele para em Le Havre, há 200 milhas de Paris. E ir pra lá é coisa para poucos. Vou resumir a novela e tentar contar em mini-série.

Paramos ontem em Le Havre, e somente pela manhã decidi ir pra Paris, de trem, já que era meu day off. Eu iria sozinho mesmo, já que o FDP do supervisor não quis me ajudar me deixando sair mais cedo pra ir com o tour. (ele disse: - “se nem eu vou à Paris, porque vou deixar que você vá?”) Mas comentei com um músico que ia, ele se interessou e quis ir junto. Saímos voando do porto e fomos pra estação, que a gente não tinha menor idéia de onde era. Encontramos com outros 4 que iam se aventurar também, mas eles já tinham visto tudo do trêm e ia demorar demais pra partir, e pra voltar, então teríamos como que 30 min em Paris. Sem chance. Estávamos desistindo já, mas decidimos perguntar quanto seria um táxi. 560 euros. PQP! Mas ok, fechamos por 460 e deu 75 pra cada um. Teríamos que estar de volta no navio às 18h, então decidimos que deveríamos sair de Paris às 15h. Tudo foi perfeito. Chegamos em Paris por volta de meio dia, com 1h30 de viagem. Chorante. CHO-RAN-TE. Não tem como se conter diante de tanto glamour que se criou em Paris, e você estar ali no meio de tudo isso é algo inexplicável. Nunca foi meu sonho de vida ir à Paris, mas uma vez que tive a chance, não quis desperdiçar. 75 euros é metade do meu salário de um cruzeiro inteiro, e gastei tudo isso numa tarde, por 3h em Paris. E valeu a pena. Não me arrependo. Fomos primeiro na Torre Eiffel e, CARALHO, que foda. Ela parece pequena de perto, e eu achava que ela era cinza (porque é de ferro, né), mas é marrom (?!). Coisa linda de se (vi)ver. Inacreditável. Até agora, um dia depois, ainda não me caiu a ficha de que eu tava ali num dos mais famosos cartões postais do mundo. Ta tudo meio feinho por ali, porque tão reformando umas partes, mas não tirou o brilho de tudo. Tirei muuuuuuuitas fotos, demasiado até. Não tenho como explicar isso, mas é demais. Se um dia tiver a chance, vá! Bem, depois fomos à Champs Élysées, simplesmente a rua mais famosa do universo, onde tem o Arco do Triunfo. (kct, fui ver a foto pra ver como se escreve Champs Élysées e já to chorando de novo. Simplesmente não dá pra acreditar, nem com foto, que eu estive lá. Porra!) Arco do Triunfo é lindo, enorme, charmoso. A rotatória ao redor dele deve ter umas 12 pistas. Eu e Hilda queríamos ir lá, mas não sabíamos como. Até que tonta saiu correndo no meio da rua e eu fui atrás. Dois retardados atravessando 12 pistas correndo, quase morrendo a cada passo. Mas foi uma das maiores emoções do dia e algo que não vou esquecer nunca. Fazer cagada de turista no país alheio é coisa que não se esquece nunca. Pra voltarmos de lá, finalmente encontramos um túnel que sai do outro lado da rua. Mas e daí? Somos “turistas” e podemos fazer cagada. Ah, e lá encontrei dois paisanos, pai e filho, que me viram com a bandeira do Brasil e vieram puxar papo: - “conquistamos Paris, hein?”.

Pula uma linha; parágrafo; sem travessão.

Fomos ao Louvre. Deuzmelivre. Que coisa gigantesca e mágica. Não pudemos descer porque não tinha onde parar o táxi, mas passamos por dentro beeem devagarinho pra tirar muitas fotos. Inacreditável estar ali, ver aquela imensidão toda, estar pertinho da Monalisa e ver a pirâmide de vidro do suposto “Código Da Vinci”. Eu enfiei a cabeça pra fora do carro e tirei uma foto com a pirâmide, só pra provar que estive ali. E dali fomos à catedral de Notre Dame. Aiai, é muita emoção pra um dia só, é muito cartão postal pra conhecer. E nessa altura já tinha acabado a bateria da minha máquina, porque tirei muitas fotos antes. Ou seja, não tenho fotos de lá, mas tenho vídeos. E é uma coisa linda também a igreja, pequena e glamourosa. Mas tem muita, muita gente visitando, então se torna meio insuportável estar lá. Mas foi o único lugar que paramos com tempo, sem ver tudo correndo. Deu pra ver com mais calma, e ainda tomei um café DE FRENTE pra igreja. Porque assim, eu não podia sair de Paris sem tomar um café numa cafeteria famosa, ainda mais de frente pra um cartão postal. Minha idéia era fazer isso com a torre, mas não deu, né.

Enfim, de lá fomos embora. Pontualmente às 3h, como combinamos. Só que a viagem de volta levou CINCO HORAS. Acidente na estrada, tumulto, e não se saía do lugar. Entramos em desespero, porque o navio partia às 18h30. “Fodeu, ficamos na França”. Eu tava adorando a idéia, mas os outros estavam morrendo de medo. Paris me encantou tanto que eu tava poético demais, pensando em ficar lá mesmo, ou mesmo em morrer ali mesmo pra poder morrer feliz. Mas infelizmente deu tudo certo. Droga! Tipo, conseguimos ligar pro navio (como? Nem eu sei), e nos avisaram que os ônibus de tour de passageiros também estavam atrasados e tals, então o navio partiria às 21h. Todos se acalmaram, só que todos já estavam atrasados pra começar a trabalhar. Pois bem, essa parte é a coisa chata. Chegamos no navio e todos já sabiam que um grupo estava “perdido” de táxi, já era notícia no navio, então todos vinham perguntar o que tinha acontecido ou tirar sarro da nossa cara. Como a notícia se espalhou eu não sei, mas foi engraçado até. O supervisor não disse muita coisa do atraso, porque ele foi avisado e tals. Mas depois fui falar a respeito de ir pro meu intervalo e ele veio me xingando, dizendo que eu tava atrasado e não ia fazer intervalo. Pra que, né? Claro que eu não deixei barato. Eu tava o dia todo sem comer. Sem mentira, o dia todo mesmo. Não fiz café da manhã porque não me deixaram, e em Paris não comemos nada. E ele ainda queria me deixar sem janta? Há! Nunca. Discutimos feio por um bom tempo, e disse que poderia me dar um warning pelo atraso. Eu disse que podia dar, mas que meu intervalo eu ia fazer do mesmo jeito. Haha Enfim, eu tava discutindo muito susse, porque meu dia foi tão perfeito que nada, absolutamente nada ia estragar ele. Enfim, de castigo ele me botou pra trabalhar à noite, de madrugada, na limpeza, e que não ia mais atender aos H. Waiters (que me rende mais 50 dólares por cruzeiro). Pra mim tava susse, porque eu não ia deixar barato não. À noite vocês sabem que eu atendo aos head waiters e ao Maitre D`Hotel, que são as autoridades dos restaurantes. Falei com um deles e ele disse que ia dar um jeito. De noite, durante a janta deles, ele me pediu pra sair da sala pra poder conversar com o Maitre D` sobre meu caso. E conversaram como que 15 min. (ah, mais cedo, antes disso, o Ass. Maitre D` já tinha vindo me brigar pelo ocorrido, porque meu supervisor foi reclamar de mim pra ele, daí levei aquela mijada.). Bem, depois dessa conversa, o Ass. Maitre D` veio me pedir desculpas, porque não tinha ouvido meu lado da história, que compreendia que eu tinha ficado o dia todo sem comer, que tinha feito uma viagem cansativa, e que se reclamei ao meu supervisor era devido ao “stress” de tudo isso (haha não concordo muito, mas ok, foi essa a minha defesa), e disse que foi um erro do supervisor querer me “castigar” colocando na madrugada, e que eu deveria permanecer na staff mess e atendendo aos H. Waiters, porque eles gostam de mim e pediram pra eu continuar. BINGO! “Vingança” feita. O supervisor quis me foder, só que eu também tenho amigos fortes, e me dei super bem nessa. Saí com moral e ficou tudo melhor ainda pra mim. Só o fato do Ass. Maitre D` ter vindo se desculpar, já valeu. E depois ainda os H. Waiters conversaram comigo, elogiaram e tals, disseram que “sou parte do time”, então foi tudo lindo. O supervisor deve ter ficado PUTO, mas problema dele. Agora ele sabe que não pode mais querer foder comigo tão fácil assim. Hahaha =x

Enfim, o post tá longo, mas problema de vocês que querem ler. Garanto que esqueci muita coisa, mas não dá nada. Daqui 4 meses eu conto pra vocês pessoalmente, se eu ainda lembrar desse “sonho” que foi Paris. (só um adendo: Paris é opaca, mas sem cor, toda cinza. Os prédios não tem cor, é tudo igual, tudo antigo, tudo romântico, tudo frio, tudo lindo)

Não tenho fotos ainda, porque ainda não carreguei a bateria da máquina pra poder sacar as fotos. E nem tenho tempo no cartão da internet pra postar elas. E nem vou postar agora, porque tenho que entrar trabalhar em 10 min. Quem sabe de tarde, se eu não sair pra conhecer a Inglaterra.

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh, outra coisa linda de viver foi que na volta de Paris, no rádio do táxi, tocou Edith Piaf, a música tema de A Flor. Quase chorei. Em Paris, ouvindo “A Flor” em sua terra natal, no meio do caos da estrada, com gente desesperada do meu lado, e eu super calmo só curtindo a musiquinha. Putz, surreal demais! Demais!

Queria continuar nessa vibe de ontem pra sempre. Um dos melhores dias da minha vida, sem dúvida. Contando com tudo, desde tudo em Paris, da aventura da estrada, até a briga e a moral da noite. Tudo em conjunto fez o dia ser intenso e rico, e inesquecível.

Obrigado, Princess, por me proporcionar isso.
Obrigado, Deus, por me permitir desfrutar disso.
Obrigado às pouquíssimas pessoas que acreditaram em mim e me ajudaram de alguma forma a estar aqui.

“Eu to na boa, eu to na proa e vou te dar um pé a popa pra acabar com a sua sopa.”

Tiau!
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UPDATE

Hora Local (Southampton - Inglaterra): 23h57
Hora do Brasil: 19h57

Só pra complementar, hoje, em Southampton/Inglaterra, acabou o cruzeiro. Não tive muitos amigos indo embora, mas vou sentir falta dos uruguaios que embarcaram por somente este cruzeiro. Eram gente boa. E a cidade aqui é bonitinha, só que só fiquei meia hora fora, então não vi muita coisa. As inglesas são bonitinhas, mas meio gordinhas. E os adolescentes tem uma grande tendência ao emo.

Cambiar dinheiro todo dia é foda. No Reino Unido só aceitam pounds, no resto da Europa é Euro, e no resto do mundo dólar. To vendo que to perdendo dinheiro com tanto câmbio assim.

Agora vamos com destino ao Mediterrâneo. Espanha, Mônaco, Itália, aí vou eu!

Ah, é coisa linda de viver ver os franceses conversando. Lá foi o primeiro lugar que paramos onde não se falava inglês. Nos outros, mesmo que não fosse a l;íngua oficial, inglês era falado por todos. Na França não. Coisa difícil demais pedir informação. Haha mas foi legal que pude usar todo o meu francês já no primeiro contato: terminei a “conversa” com um “mercy”.

Thats all, folks!

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