contador de visitantes

21.3.10

.festa no gueto

Data: 18/03/10
Hora Local (Key West - USA): 23h14
Hora do Brasil: 00h14

Desde que eu cheguei que eu queria fazer festa na minha cabine, mas nunca rolou. A gente fez essa semana, meio que sem querer. Foi bacana, brazucada reunida. Ouvimos música, vimos música, tocamos música, cantamos músicas e bebemos, claro. Fui dormir 6h da manhã nesse dia. E como disse o Johnweyne: - “é isso que faz valer a pena”.

Sei que alguém reclamou pro meu supervisor, mas alguém tão bundão que não teve coragem de vir reclamar pra mim, foi falar pro Jason. Mas nem dá nada, ele é gente boa e só me contou isso, não falou pra brigar. Como ele sempre diz: - “I don’t care”.

Não sei se já falei isso, mas já passei da metade do contrato. Dos 204 dias que devo ficar à bordo, já cumpri mais de 100. Mas nem tô preocupado com isso, “deixa a vida me levar, vida leva eu”.

E eu fico com medo da maneira que as pessoas me conhecem. Quando gringo fala umas verdades que eu ouvia no Brasil, eu começo a ficar com medo, porque quer dizer que é verdade mesmo. Tipo, a australiana me disse hoje que eu sou dramático. Todo mundo me fala isso no Brasil, mas ouvir de gente de fora é foda. Acho que eu sou dramático mesmo então. Hahaha mas foi engraçado, porque ela é louca também, age diferente do que fala. Mas eu tô tendo good times, a gente ri bastante com essas histórias, incluindo essa de eu ser dramático.

A melhor coisa do dia foi receber e-mail do Victor. Lembram dele, do Peru, meu mlehor amigo do contrato passado?! Então, me escreveu o primeiro e-mail desde que embarcou no Emerald Princess em novembro. Disse que está com Hilda (Peru) e Tamas (Hungria) no navio, que o salário tá melhor que no Grand. Fiquei feliz de saber, feliz de receber notícias. Quase chorei, coisa que eu não faço desde o Brasil (exceto o dia que eu acordei chorando aqui, mas foi coisa de sonho, não porque eu tava triste). Mas depois disso, quase chorei também com alguém contando que foi em busca dos sonhos em outro país, que teve dias difíceis, mas que só chorou quando decolou ao sair do Brasil. Comigo aconteceu isso também, da vez que fui pra SP e da primeira vez que fui pra um navio. A ficha só cai mesmo quando o avião decola. Pensar que aquela é a última vez que tu tá vendo sua terrinha pelos próximos 6 meses é algo que dói. Enfim, só fiquei no quase hoje.

E, putz, hoje voltei a investigar os cursos de cinema da escola de NY. Tem em vários países, mas eu queria mesmo ir pra Hollywood ou Harvard, só que NY é tentador também, sem falar em Miami. Já passei na frente da escola de Miami sem saber, fica em South Beach. Se eu conseguisse desembarcar do navio e já ficar em Miami, seria jogo demais fazer o curso. Mas não é uma coisa pra agora, só que fico agoniado querendo fazer logo.

- I hate you.
- You love me.

Vô lá. Tiau.