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18.6.09

Miami returns.

Data: 13/05/09
Hora Local (Southampton - Inglaterra): 10h22
Hora do Brasil: 06h22

Aquele gostinho amargo de Miami voltou. Hoje foram embora pessoas queridas. Mexicanos, indianos, portugueses e principalmente a paisana Thalita. Não chorei, mas aquela dorzinha chata bateu. Foi-se a Camila em abril, agora a Thalita. As duas queridas que me acolheram aqui, que me ensinaram, que me ajudaram, que me apoiaram, e que agora me deixaram aqui pra andar com as próprias pernas. Próximo cruzeiro se vai o Alexandre, e assim vou me tornar “o brasileiro mais antigo” por aqui. Não me deixa nada feliz isso, porque significa que todos que eu gosto (todos os paisanos) já se foram. Essa coisa de ir embora é cruel. Ver seus amigos irem embora é cruel. Com os paisanos eu mantenho contato, porque o orkut nos facilita a vida muito. Mas com o resto das pessoas do mundo eu nunca mais vou falar. Dificilmente vou encontrar alguém por aí, em outro navio se eu voltar para um, ou sei lá como. E todo mundo tem noção dessa vida de navio, que não adianta tentar manter contato porque a gente não vai conseguir, por isso muitos se vão e nem pegamos e-mail, telefone, nada... porque sabemos que não adianta e que a dor talvez seja ainda maior por tentar e não conseguir manter contato. É melhor deixar passar batido e aceitar que essa vida é cruel, que te coloca e te tira pessoas bacanas, que te faz criar laços em pouco tempo e que te arrebenta o laço num piscar de olhos. As pessoas se vão e deixamos nas mãos do destino se vamos ou não nos encontrar de novo. É cruel.

Ok, agora já consegui chorar. Eu vou sentir saudades da Thalita.

E, kct, to ouvindo músicas aqui e agora toca TM: “tudo que eu criar pra mim vai me abraçar de novo na semana que vem”. Vejo certa relação com o que estou dizendo.

Ai, ouvi também uma gravação de, talvez, 2 anos atrás, que fizemos na casa das primas, comigo, Arnaldo e Luiz tocando piano, e algumas vozes das primas de fundo. Nem lembrava que eu tinha isso, mas tocou aqui sem querer. Putz, que saudade que me deu. Sinto saudade das minhas coisas, da minha vida, dos meus amigos. Eu sei que um dia vou sentir saudade dessa merda aqui também, mas agora o que sinto é raiva. Me sinto preso e agoniado. Agora que penso em ir embora, parece que os dias se demoram uma eternidade. O normal é que eles voem, que os cruzeiros sejam rápidos... mas este último cruzeiro pareceu interminável. E ainda me faltam mais 5. Aliás, eles estão prolongando a maioria dos contratos por mais um cruzeiro, e tenho medo que tenham feito isso com o meu também. Se isso acontecer acho que eu morro só de saber que vou me alongar mais 15 dias aqui. Mas, caso ainda esteja tudo como sempre, tenho só mais 63 dias aqui. Dois meses quase exatos.

Chega de choramingar.

Ontem teve a tradicional “festa de despedida” lá no bar, daí fui lá pra despedir da Thalita, mas acabei ficando mais com a paisana de Curitiba, porque a Thalita tem muitos amigos e precisava dar atenção pra todo mundo. Depois ainda fomos pra cabina de um dos mexicanos pra despedir da Orália (México) que também se foi. Depois ainda fui na crew mess comer e depois disso tudo ainda encontramos com outro mexicano no caminho e paramos pra conversar por mais um tempo. Resultado: fui dormir 4h30 da manhã. Aliás, era 1h back, então isso significa 3h30. Sorte, porque se não eu não ia acordar 6h30 nunca.

Não sei o que vai acontecer comigo neste cruzeiro, mas ACHO que vão me mudar de lugar. Vamos ver. Preciso de alguma coisa nova pra suportar tudo isso.

Eu tinha coisas pra contar, mas não lembro agora. Quero fazer um post sobre “tudo que eu nunca contei”, porque sempre lembro de coisas desse tipo. Só que acho que quando eu for escrever o post, eu vou esquecer de novo.

To tentando ler um livro em inglês, mas é foda que sempre to cansado e acabo dormindo no meio da leitura. Mas tem sido bom pra treinar a fluência na leitura e aprender palavras novas. E o livro é interessante, porque é a aventura real de uma mulher que viajou por todo EUA em um pequeno avião, sozinha. E é legal fazer um balanço entre a aventura dela e a minha aqui no navio.

Ontem assisti um filme (o primeiro que consigo aqui) em espanhol, sem legendas, claro, e entendi 99% dos diálogos. Fiquei feliz. Pra alguma coisa tem servido viver aqui.

Ah, não falei que desci finalmente em Gibraltar. Por uma hora, mas saí. Gibraltar é interessante por suas histórias de guerra e tals. É a entrada do Mediterrâneo, e hoje pertence à Inglaterra, apesar de parecer território espanhol. E dali se pode ver a África. Eu vi e fiquei feliz. É um pedaço de Marrocos que se pode ver. E é realmente perto, bem poucos km. E Gibraltar é o único lugar da Europa onde há macacos, sabiam? Eu não sabia. Claro, tirei fotos dos macacos que havia num jardim botânico bem bonito. Nothing else.

Tenho aprendido bastante de história e geografia com essas viagens todas.

Bom, work time. Tiau!