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6.8.10

.divida a dívida

Data: 06/08/10
Hora Local (Curitiba - Brasil): 03h29
Hora do Brasil: 03h29

Eu queria dizer que estou devendo notícias, mas daí eu me lembro que, honestamente, eu não devo nada pra ninguém (exceto pra faculdade - devo, não pago e nego enquanto puder).

O que me lembro é que no dia 21 de junho, no aeroporto de Miami, eu escrevi um dos posts mais sinceros e honestos deste blog. Por algum motivo sobrenatural, eu apertei "não salvar" na hora de fechar o editor de texto. Sabem o que aconteceu? É, não salvou. Lógico, é isso que acontece. Talvez por isso eu tenha ficado com raiva de chegar perto do blog e reescrever o post. Isso passou pela minha cabeça, mas tão rápido a ponto de eu desistir depressa. É impossível ser honesto duas vezes seguidas - concluí.

Minha saída do navio foi conturbada, a ponto de eu estar fora do navio, de cara com um oficial da polícia federal americana - aquele que carimba teu passaporte pra ir embora - sem saber se eu realmente estava indo embora, porque eu ainda não tinha a confirmação do vôo. Queriam me segurar por mais 2 semanas por falta de contingente (esse termo é forçado demais). De tanto eu reclamar, já diziam: - ninguém mais te segura nesse navio, né? Ninguém mesmo. Eu estava disposto a sair a todo custo. Pois bem, saí.

Agora eu dou um salto gigante pra não falar da nostalgia que vivi no aeroporto ao lado da Paulinha, que também tava vindo embora (chegamos e saímos juntos do navio), e dos primeiros dias de férias.

Aliás, "férias"? Ok, volto pro navio daqui 2 semanas. Cheguei em casa no dia do aniversário do meu irmão, e vou embora no dia do aniversário da minha irmã. Mas isso é só um parênteses. (cadê os parênteses?) - "não tive férias", é o que eu quero dizer. Assim que cheguei, mandei um recado pro meu diretor publicitário: "cheguei e estou à disposição" - doce estupidez, porque na mesma semana ele me liga oferecendo trabalho. Claro que aceitei, não sei recusar essas coisas. Trabalhei que nem um condenado (adoro falar 'que nem', mas escrever fica feio) o mês inteiro. Mas fiz o que (mais) gosto e obtive certo reconhecimento com isso. Mas trabalhei muito mais do que trabalho no navio e ganhei metade do que ganho lá. haha Daí as pessoas perguntam porque é que a gente volta pro navio...

Pois bem, das 8 semanas de férias, terei 2 pra descansar. Deve ser suficiente, apesar de não servir pra fazer NADA do que eu planejei, minuciosamente, pras minhas férias. Nada de viagem pra Buenos Aires e andar no carro da Melina; nada de viagem pra Montevideo pra ver os amigos do Manati Salsa; nada de gravar o curta-metragem do roteiro que escrevi a bordo; nada de Festival CUCO; nada de nada. No lugar disso, só o trabalho que me esgotou; a ex-namorada que veio visitar sem avisar; novos e velhos amores que não deram certo; casa nova; carro (velho) novo; futebol nas terças; e o frio filhodaputa que fez em Curitiba (chegou a -3°C, pra quem acha que é exagero).

Se eu tô preparado pra voltar pro mesmo navio, mesmas pessoas, mesma rota, mesmo trabalho e os 35°C de Nassau? Claro que não. Mas vamo que vamo. Já estou inventando coisas pra fazer a bordo. Nenhuma delas vai dar certo, mas pelo menos eu faço de conta que sim e me sinto menos deprimido desde já.

Um beijo pra quem fica.
Não sei se vou ter empolgação pra terceira temporada desse blog, porque além da falta de novidades, eu já sinto que falo com as paredes quando escrevo aqui.

"da dúvida divina, dádiva de deus" (M19)

tiau.