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27.3.09

1 mês.


Hora Local (Miami - EUA): 11h20
Hora do Brasil: 10h20

Miami é cruel.

Hoje o dia é de nostalgia, de dor, de vontade de chorar. Miami pega boa parte dos seus amigos e leva embora pra algum lugar do mundo, literalmente. Mi paisana Gabriela, que embarcou há 10 dias para treinamento, agora parte pro Alaska. Ela e outros fotógrafos estão indo pra longe. É incrível como 10 dias são suficientes para que laços de afeto sejam criados. Vou sentir falta dos fotógrafos, que são muito gente boa. Das meninas sul-africanas que são simpáticas. Mas mais mesmo de mi paisana, porque nos conhecemos em Curitiba durante as entrevistas. É muito confuso de pensar nisso. Sem falar neles, meu head supervisor sul-africano também vai embora. E também o supervisor português José, que se tornou amigo de verdade. Me ajudou muito por aqui e me deu suas últimas dicas agora há pouco no café da manhã. La chica enamorada de mi compañero de cabina mexicano tambien se va. Me acostumei a vê-la todas as noites na nossa cabine. E vai também uma menina do Spa, que tem um par de olhos dos mais lindos que já vi. E vai o Max, o ucraniano que tirou a foto dos latinos no dia da gangue da bicicleta. E vai o menino dish washer, acredito que seja da Índia. Um menino quieto, mas muito boa gente. Cruzava com ele pelos corredores da staff/crew mess sempre. É triste. Isso dói. Hoje você está com essas pessoas, amanhã uma estará na África do Sul, outro em Portugal, outro na Índia, outro no Alaska...em qualquer parte do mundo. Pessoas que se tornaram especiais na sua vida, por algum motivo simples, e que provavelmente você nunca mais vai ver na vida toda.

Este é o último cruzeiro da Camila. Até agora não chorei com essas partidas em Miami, mas quando ela partir acho que vou chorar. Eu a “conheço” desde antes de vir pra cá, então acho que vai ser muito triste quando ela for. E ela disse que tem foto minha no blog dela. Ainda não vi porque to escrevendo offline, mas entrem lá e vejam. Tem o link aqui na lateral. Pelo que ela disse, é a foto de pirata há uns dias atrás.

A minha saudade é das pessoas que se vão agora, e não das que deixei no Brasil.

Hoje, 27, eu e Victor completamos 1 mês a bordo. Um mês que passou voando devagar. Ao mesmo tempo que parece que embarquei semana passada, parece que já vivo aqui há 6 meses. As coisas aqui são muito intensas. Victor se tornou um grande amigo, e quando formos embora vai ser bastante doloroso também. E qual será a sensação de partir e deixar amigos à bordo? Só vou descobrir em 5 meses. Provavelmente, 15 de agosto pra ser mais exato.

Miami é cruel.

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26.3.09

Lo que paso, paso.


Hora Local (at sea): 11h04
Hora do Brasil: 10h04

Festa. Tocou música em português: “esse samba é mixxto (sic) de maracatu...”

O capitão tem medo de chuva. Não paramos em Grand Turk por conta do mal tempo.

Dois dias de mar. Miami. Dois dias de mar.

Último cruzeiro no Caribe. Depois disso é Europa!

Acho que vão me mandar pra Officer Mess no próximo cruzeiro, mas eu não quero.

Se um dia você quiser ver o melhor pôr-do-sol do mundo, pegue um barco à oeste no Mar do Caribe. São os dois minutos mais felizes do meu dia.

Um dia o sol se põe na frente, outro dia atrás e em outros dias do lado direito ou esquerdo. Além da noção do dia da semana, a gente perde a noção de direção também. Ou será que o mundo está ao contrário e ninguém reparou? Creio que exista um segundo sol.

Já andou em 3 numa moto e sem capacete? Eu já. Tem coisas que só a República Dominicana faz por você.

What to do? Call the Bridge! Porque também existe piada interna no navio.

Kapooo, two pasta, plz! How many, how many? Two, kapo! One? Two, two!

“7 dias vão e eu nem fui ver. 7 dias tão fáceis de se envolver.” Já tive quatro “7 dias” aqui. Um mês. O tempo navega voando por aqui.

“Lo que paso, paso, entre tu e yo”. A música predileta dos latinos na balada que balança.
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24.3.09

Tudo de novo.

Há de vir um tempo pra todos.

Hora Local (República Dominicana): 11h34
Hora do Brasil: 10h34

Merda!

Eu sabia que não deveria começar a ouvir músicas brasileiras. Até hoje eu não tinha ousado fazer isso, mas agora, na cabine, baixando fotos e vídeos pro pc, me deu a idéia de fazer isso. Não deveria. Comecei por Poléxia. Isso dói.

Por falar em Poléxia, ta anunciando na TV há dias Almost Famous. Queria ver, mas nunca passa numa hora que eu possa ver. Aliás, os filmes aqui se repetem muito. Quase todo dia passa Juno, Across the Universe, 21, Ratatoulie, e alguns outros que não sei o nome. E em canais diferentes. Então hoje, por exemplo, Juno está passando no canal 30 repetidamente. Em Grand Turk (amanhã), vai passar Across the Universe o dia todo. E assim vai. Cada dia vejo o pedacinho de um.

Os portugueses não assumem que a gente fala português, porque sempre me perguntam “como se diz em brasileiro ________?”.

É legal repetir lugares de parada, porque você já conhece alguns caminhos e se acha importante por saber que rua pegar num lugar tão pitoresco. Sem falar que você fica menos cabaço e não paga preço de turista nas coisas. Se te oferecem o táxi por 10 dólares, você diz que na última vez pagou 4, e acaba conseguindo ir por 5. Um tamborzinho caribeño de 40 o cara já tava fazendo pra gente por 22, mas não compramos, porque a gente queria por 20. E assim vai.

Se um dia eu casar, quero passar a lua de mel no Caribe, em Barbados ou Grand Turk. Barbados me encantou pela praia, recheada de gente nova e bonita e feliz.

“Tenho medo de lá, de nunca voltar. Tenho medo de lá, de não te encontrar.”

Ainda ta tocando Poléxia.

Merda!

(e ta começando a tocar “eu te amo porra”, mas vou desligar o pc antes que eu chore.)
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Faço promessas malucas,


tão curtas como um sonho bom.

Hora Local (St. Thomas) 00h40
Hora do Brasil: 23h40

Um dia eu tive vontade de ir embora.

Descobri que Piratas do Caribe foi gravado (no Caribe?) em St. Vincent! A ilha mais feinha de todas.

Ontem o sol estava vermelho no pôr-do-sol.

Ontem comprei outro tamborzinho, igual do Daniel Sam, em St. Kitts, e hoje um boné em St. Thomas. O meu boné viajado eu esqueci dentro do ônibus de SP à Guarulhos.

Hoje me “matriculei” nas aulas de inglês.

Hoje tomei chuva em St. Thomas, de bicicleta. Mas encontrei uma praia linda. Entrei no mar de bicicleta e tudo; de roupa e tudo. Já tava molhado da chuva mesmo...

Hoje tive day off pela segunda vez no cruzeiro. O único que conseguiu a proeza.

Hoje teve drill de novo.

Hoje eu quero sair só, pra ver o mar.

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19.3.09

Entendi o nome.


Hora Local (Grenada) 16h40
Hora do Brasil: 15h40

Grenada tem um Forte muito bonito, abandonado, cheio de canhões fabricados durante a Primeira Guerra Mundial.

Pela manhã, fui de bike pra longe, ao redor da ilha, mas não dei a volta toda porque não tinha tempo. Parece uma cidade do interior, ou um vilarejo serrano. Bem simples, mas gostei. E de tarde fui no Forte. É bem grande e alto. Ainda funciona alguma coisa do exército lá, mas ta bem abandonado, com muitas coisas abandonadas após pegar fogo. Achei lindo. Se eu tivesse mais tempo e uma máquina mais profissional, tava ótimo!

Gostei daqui.

Tiau.
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18.3.09

É bomba.


Hora Local (at sea) 15h40
Hora do Brasil: 14h40

Mudamos a rota e estamos indo pra Grenada e não mais para Trinidad & Tobago.

Conheci de perto, finalmente, Aruba e Curaçao. Lindíssimos lugares!
Aruba é toda impecável, pelo menos no centro da cidade. Total voltada ao turista e muito bem organizada, com grandes construções, antigas e bem cuidadas. Tem tipo um palácio onde funciona um shopping, que foi o que mais gostei. Parece a casa da Paris Hilton, todo cor-de-rosa.

Curaçao lembra mesmo o Largo da Ordem numas horas. Tem uns becos e umas construções antigas bem como no São Francisco, em Curitiba. Mas é bem maior, voltado ao turista, com muitas lojas e tendas de feirinha. Em Curaçao tive um day off, então tive bastante tempo pra conhecer. Tive intervalo das 9h30 às 17h30, então peguei uma bike (dessa vez sozinho, porque o Victor não teve day off também) e comecei a andar por lá. E de tanto ver umas plaquinhas de Seaquarium acabei seguindo na direção delas pra ver onde dava... e depois de muito pedalar, cheguei no tal Seaquarium. Eram 18 dólares pra entrar, e depois de tanto pedalar atrás dessa porcaria eu não quis voltar sem saber o que era. Paguei! Não me arrependi. O lugar é meio pequeno, mas bem interessante. Além de vários aquários com espécies estranhas de peixes, tem uns shows, tipo: o turista alimenta tubarões, tem show dos golfinhos, show com leão marinho, etc. Ver os golfinhos foi o que eu mais gostei. Que bicho mais inteligente! Depois do show dava pra você pagar um tanto e ir nadar com eles, interagir e tals, mas eu nem perguntei quanto era, porque senão eu ia querer fazer e ia gastar mais ainda. Os 18 dólares já tinham me doído no bolso. Fica pra próxima! (quer dizer, a próxima é daqui 11 dias, mas não vou lá de novo não). E tinha também umas tartarugas centenárias. Tartarugas marinhas de mais de 1 metro e meio. Fiquei espantado! E outra coisa linda é um barco que tem lá, que dá pra você ir até a parte debaixo dele, onde tem o dito aquarium. É quase todo de vidro e você vê vários cardumes, vários peixes esdrúxulos, peixes gigantes (também dá pra ver as tartarugas), e vários negócios esquisitos. Eu gostei.

Bem, hoje é dia de mar. Amanhã estaremos em Grenada e no outro dia em Barbados. Barbados me encantou e to ansioso pra ir de novo. Eu e Victor estamos pensando em “rentar” um jet ski lá.

Andei muito de bike ontem e to cansado. Me atrasei pela manhã. Dormi no meu intervalo de 1 hora e me atrasei de novo. Mas nem deu nada.

Ah, eu inaugurei meu snorkel ontem numa praia particular de Curaçao. Coisa linda! Uma das minhas melhores compras até agora foi isso. Vou usar sempre! Foda que quando voltar pro Brasil não vou ter onde usar, porque meter um snorkel na cabeça em Caiobá não rola. Haha Praias como as daqui acho que não vou ver em nenhum outro lugar do mundo. Vou ficar mal (bem) acostumado e exigente. Ah, a praia era particular, como eu disse. Tinha que pagar 8 dólares pra usar, mas eu nem paguei. =x
Agora que já conheço todo o itinerário do Caribe (exceto Grenada), posso dizer quais são os lugares prediletos: Aruba (pela cidade) e Curaçao, Barbados e Grand Turk (pelas praias). Eu só não gostei de St. Vicent. E de St. Thomas não gostei muito porque é uma ilha americana, então além da burocracia pra entrar nela, as pessoas não são nada receptivas. Também pudera: são americanos. A única coisa boa de lá são as coisas baratas, pois compramos com dólar americano a preço de dólar americano, sem impostos.

Tiau.
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15.3.09

O início, o fim e o meio.


Hora Local (at sea) 10h20
Hora do Brasil: 11h20

Meu primeiro cruzeiro acabou. Não sabia que isso era tão doloroso e nostálgico. Passe duas semanas com pessoas ruins e pessoas boas. E sinto falta de todas elas. A chegada em Miami trás consigo o ar de nostalgia, porque seus novos amigos vão embora, entre outras pessoas que você vê todos os dias, e sabe que nunca mais na sua vida vai ver de novo depois desse dia. A Pati (México) é a que mais deixou saudades em todos. Una chica muy querida, que trabalhava bem, que me ensinou muitas coisas nessas duas semanas e que deixou seu legado pra eu dar continuidade. Estou de certa forma feliz por ter assumido a posição dela, que era tão experiente. Mas fico triste por perder essa que se tornou uma grande amiga a bordo. E todos, principalmente os mexicanos, la estrañam mucho. E de maneira geral, é triste ver as pessoas indo embora. Isso tudo faz a gente refletir e pensar várias coisas, e aprender. E já dá uma certa dor precipitada de saber que virão novos membros, que se tornarão seus amigos, e um dia você vai ter que deixa-los aqui também pra seguir a sua vida. Isso é nostálgico demais.

Como eu disse, estou no lugar da Pati. Ela tinha uma função noturna muito especial, que é servir o jantar aos Head Waiters. E agora quem faz isso sou eu. É muito foda, porque eu nunca fui garçom na minha vida, e to tendo que servir aos caras que são HEAD na função, que são os chefes dos garçons e talecoisa. É complicado, mas tem sido um desafio novo. E fico contente por ter sido o escolhido pra isso, pra ter essa responsabilidade, com apenas 2 semanas de trabalho.

Começaram pessoas novas também, e diretamente comigo na staff mess, trabalham duas novas peruanas. Está bom, porque antes eram 3 europeus e um latino ali, e agora isso se inverteu, com 3 latinos e um europeu. Agora estamos dominando, e eu to falando espanhol bem mais do que inglês. A maioria (creio que todos) dos meus amigos falam espanhol. São peruanos e mexicanos na maioria. E a maioria dos ucranianos saíram fora das “mess”. Dos 4 mais antigos, 1 foi embora e os outros 3 foram para outra posição, trabalhar em outro restaurante. Então, significa que com 1 cruzeiro eu sou parte do time dos mais velhos. Haha Pois é! Tem a Tetiana e Elena que estão há 1 mês, e de resto é tudo novo, que entrou comigo ou que entrou agora em Miami. Daí ta bom assim, já posso “mandar” mais e ensinar, ao invés de só aprender. E a responsabilidade aumenta também, bastante.

E sobre Miami, nada demais. Depois de ter estado em ilhas lindíssimas, Miami perde a graça. É uma correria o dia todo no navio, porque é dia de desembarque e embarque, daí fica uma loucura. E na descida em Miami eu não pude ver quase nada. Só saí com Victor (Peru) e Elena (Macedônia) pra dar umas voltas, e mais nada. Não vimos praia, só ruas mesmo. Victor está apaixonado por Elena, daí é engraçado demais sair com eles.

Estamos em dia de mar. Não lembrava como era cansativo. Chegaremos só amanhã em Aruba, e vou poder finalmente descer pra conhecer.

Ah, e meu horário mudou em função dos head witers. Faço meus breaks com meia hora a mais do que todos os outros, pra poder sair mais tarde. Mudou pra pior! Entro meia hora mais tarde agora, mas também saio 1h30 mais tarde do que os outros. Isso quer dizer que tenho menos tempo pra dormir e fazer minhas coisas, como entrar na internet. E na verdade é bom, porque não posso gastar tanto com internet. Só no primeiro cruzeiro foram 3 cartões. Nesse pretendo gastar só um, porque é muito caro.

E nesse texto picotado pela preguiça de reescrever, queria contar dos head waiters ainda. Tipo, eu tenho que ir atrás deles nos 3 dinning rooms, e são 3 heads em cada. Só que eles sempre estão de branco, daí é até fácil. Só que no meu primeiro dia era uma formal night, onde todos os uniformes são pretos, inclusive o deles. Então eles ficam basicamente idênticos aos garçons. E como eu não conhecia direito a cara deles, putz! Foi um parto pra encontra-los. Sem falar que eu nunca tinha ido nos dinnings rooms. São 3 basicamente idênticos, e pra chegar neles é muito labirinto, porque tenho que passar por dentro da gigantesca cozinha. Então eu meio que entrei várias vezes no mesmo. Haha Mas só sei que foi sacanagem demais eu começar justo numa formal night, com os restaurantes entupidos por ser a primeira noite de cruzeiro com os novos passageiros, todos entusiasmados.

Ah, e não voltamos o relógio antes de chegar em Miami porque começou horário de verão lá, daí vai permanecer assim, só com 1h de diferença pro Brasil. E descobri que quando formos pra Europa, teremos 6 dias diretos de mar. Até aí eu sabia, só não sabia ainda como era o fuso: adiantaremos 1h no relógio todos os dias. PQP! Uma hora a menos por dia pra dormir. Me fodi! To trabalhando das 6h às 23h. Ou seja, tenho 6 horas de descanso entre o final e o próximo começo de dia. Só que quando saio ainda tenho que tomar banho, fazer minhas coisas, etc, e pra começar também, tenho que acordar meia hora antes. Então essas 6 horas vão se tornar 4 ou 5. Que merda! Aqui não existe lei trabalhista.

Vou escrever com menos freqüência mesmo. Não se preocupem.

Tiau.
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11.3.09

Poeira.

Hora Local (Grand Turk): 23h20
Hora do Brasil: 24h20

Acabei ficando na festa até as 2h30. Tava animada. Dormi só 2 horas noite passada. Trabalhar, pedalar e festar no mesmo dia e dormir só 2 horas não é legal.

Hoje fiz as contas. Me dei conta que no Brasil se trabalha 44h semanais. Aqui eu trabalho 77h.

Grand Turk é uma ilha linda. A água tem 18 tons de azul. Quer dizer, a Thalita me corrigiu e disse que são 19. Mas, exageros à parte, são muitos azuis se misturando. E às vezes é verde. O navio atraca na própria praia, a 50 metros da areia. Coisa linda!

Sem falar na praia, tem uma piscina enorme gigante e linda lá, que até quase tira o brilho da praia. Ficamos lá. A Thalita deu música brasileira pro DJ tocar, e tocaram duas. Dava só eu e ela lá de retardados dançando e cantando. Trash!

Comprei um óculos de mergulho e snorkel pra ver os peixinhos no próximo cruzeiro.

Amanhã é “at sea”, e depois é Miami. E chega o fim a primeira jornada, e o primeiro cruzeiro da minha vida.

Adeus.
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10.3.09

La Dominica.

Hora Local (República Dominicana): 22h00
Hora do Brasil: 23h00

Andei de bicicleta pelo centro da República Dominicana. Digo, pelo centro da cidade La Dominica, na República Dominicana. O país inteiro não deve dar o tamanho de Curitiba. E faz fronteira com Haiti. Os dois formam a ilha toda. O lugar é pobre, o trânsito um transtorno. Eles dirigem do lado esquerdo e usam a buzina com muito gosto. Eles jogam baseball como a gente joga futebol. Comprei uma bola de baseball e um tamborzinho típico daqui, que parece uma alfaia.

O mar ta agitado. Amanhã a previsão é chegar em Grand Turk, o último “país” do cruzeiro. Mas pelo mal tempo é bem possível que não pare e toque direto pra Miami. O capitão ta esmirilhando as turbinas e ta balançando muito.

Hoje tem festa do sinaleiro no crewbar, mas eu tô de branco.
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sono.

Hora Local (St. Thomas): 00h10
Hora do Brasil: 01h10

Hoje discuti com um filipino, um macedônio e um ucraniano. Saldo positivo.

E St Thomas não tem nada demais, além das coisas baratas.

To no crew bar conversando com dois brasileiros: Alexandre e Izabel.

Tchau.
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9.3.09

cadê o DAY do OFF?


Hora Local (St. Kitts): 23h20
Hora do Brasil: 00h20

Hoje acordei atrasado. Digo, eu achei que tava atrasado. Eram 5 pras 5, e acordei voando, trocando de roupa correndo, e cheguei na staff mass 5h05. Comecei a trabalhar e tals.. e 15 min depois me dei conta que eu começo 5h30. haha que idiota! E pra minha surpresa, fui ver o horário do dia pra confirmar, e pra minha surpresa era meu DAY OFF! Vulgo dia de folga. Dia de folga aqui quer dizer que você vai trabalhar SÓ 8 horas no dia, e que terá um intervalo grande (6 horas) no meio do dia. Ok, comecei a trabalhar meia hora antes no meu dia de folga. Trabalhei até 9h30 e saí fora. Combinei com Victor (Peru), que também estava de day off, pra pegarmos uma bicicleta e sair por aí. No caminho pra alugar a bike, encontrei com o outro Victor, também do Peru, dizendo que ia fazer o mesmo, e ia sair com mais 2 amigos. Então combinamos de irmos todos juntos. E no fim das contas, os amigos dele levaram mais um e ficamos em 7 pessoas. Very good! Fomos pedindo informação e chegamos numa praia, há uns 10km do porto. Praia bonita, parecendo em Barbados. Mas muito chata, porque tudo tinha que pagar. Pra pegar uma cadeira, pra usar a cama-elástica, pra jogar vôlei na quadra, e pra poder ficar nessa área que tem tudo isso. Ridículo! Ridículo ter que pagar pra usar uma praia aberta. Nem na água dava pra ir. Só um pouco mais ao lado, fora da área de ‘entretenimento’. E foi isso que a gente fez. Ficamos um pouco mais afastados, só bebendo umas cervejas. Daí voltamos lá pela 1h da tarde, porque uns guris precisavam trabalhar. Como eu e Victor tínhamos até as 17h livre (até as 16h pra entrar no navio), fomos bicicletar mais um pouco. Andamos no centro da cidade. E que cidadezinha bonita. Casas bem simples, pessoas simples, mas tudo bem arrumadinho, colorido, organizado. Eu gostei.

Voltando ao trabalho em pleno dia de folga, não aconteceu nada demais. Quer dizer, 21h30, a hora que eu vou embora, o supervisor inventou de fazer faxina, porque amanhã tem vistoria. PQP! Não podia ter pensado nisso antes? Resultado que trabalhei até 22h30. Ou seja: na porra do meu dia de folga, eu trabalhei quase as mesmas 11h horas de todo dia, já que comecei a trabalhar às 5h.

Que merda, hein? Mas ok! O dia foi ótimo. Acho que sempre vou pegar uma bike. A gente só deixa 10 dólares de garantia no crew office. Quando você devolve a bike, eles te devolvem os 10 contos.

Acho que só por hoje. Só sei que pedalar uns 25km hoje me cansou bastante.

Tiau.
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7.3.09

Música caribeña do Caribe!

Hora Local (St. Vicent): 22h20
Hora do Brasil: 23h20

Hoje cedo teve o último treinamento, e foi sobre o “abandonar o navio”. Eu dizia antes de vir que se tivesse um acidente, eu seria o primeiro a pular fora, mas hoje o 1st Officer da segurança me convenceu de que seria melhor ficar e ajudar. Haha Tipo, se tudo correr bem, em meia hora o navio está evacuado, porque esta é uma determinação internacional e bla bla bla. Bom, meia hora dá pra agüentar, né? Se o Titanic levou 2h30 pra afundar, meia hora não é nada. E falando nisso, hoje a Camila me contou direito como foi o “acidente” do ano passado aqui no Grand. Achei tão divertido. Quero um desses. E ainda pegando o gancho do que já foi ganchado, hoje achei o mar mais agitado. Agora ta balançando bastante. As meninas brasileiras disseram que isso é normal, mas eu não to achando. Até hoje não tinha balançado tanto.

Hoje o dia de trabalho foi normal. Nada de diferente. Já estou seguro nas minhas tarefas e tals. E tenho acordado sempre antes do despertador tocar. Desde o dia seguinte que me atrasei, tem sido assim. Acordo sempre 20 min antes do despertador. Daí durmo de novo, e acordo com o despertador mais fraco. Daí durmo mais 1 minutinho e toca o despertador mais forte. Daí que levanto. Mas hoje, eu ouvi o despertador do vizinho nessa minha primeira acordada, então eu suponho que tenho acordado todo dia com o despertador dele. Mas, PELAMORDEDEUS! Em casa eu não acordava nem com 3 despertadores ao mesmo tempo, e agora tenho acordado com o despertador de alguém do outro lado da parede? Que isso! To me estranhando. Mas ainda bem que isso tem acontecido.

Ah, paramos hoje em St. Vicent! Mas desci sozinho, porque não sabia de ninguém indo. Mas a cidade não tem nada de interessante. É bem pobre, tem uns morros que parecem favelas, num mix de casas de barro com mansões nelas. As pessoas são estranhas. Você sempre acha que vai ser assaltado a qualquer momento. Sei lá, não me senti bem e fiquei com medo. Daí voltei pro navio. Na verdade, na volta encontrei a Elena (Macedônia) voltando, então andei umas quadras com ela também. Mas nada demais. E falando nela, só descobri hoje que ela era da Macedônia, porque até então eu achava que era da Ucrânia. E bem que tinha alguma coisa estranha nisso, porque ela era a única “ucraniana” simpática. Agora ta explicado!

E sabe o que descobri? Tipo, sabem aquelas músicas caribeñas que a gente ouve em filmes às vezes? Descobri que elas são feitas no caribe! Hahaha que idiota! Mas sério, fiquei tão feliz de ver uma banda inteira com aqueles instrumentos estranhos, que fazem aquele barulho bem típico caribeño, que eu não fazia idéia de como era produzido. Mas agora já sei. Quase comprei uma coisa daquelas, mas não tive coragem. Talvez na próxima parada eu compre. Haha Mas muito, muito legal o som. Sério!

E sabem o tio que me deu um dólar esses dias? Então, acho que ontem ele me deu mais dois. E agora me pagou uma cerveja aqui no crew bar. Haha acho que ele gostou de mim.

Ok, chega por hoje. To escrevendo muito e isso é chato pra quem lê.

Tiau.
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6.3.09

Barbudo.

Hora Local (Barbados): 22h36
Hora do Brasil: 23h36

Odeio ter que fazer a barba por obrigação. Fiz faz 3 dias e já tem que fazer de novo.

Adivinhem? Não lembro o que aconteceu de manhã, mas acho que foi tudo bem. Só ficamos excitados combinando a saída de hoje.

Chegamos a Barbados! E grazadeus o navio só partiria às 18h, então teríamos até às 17h pra entrar nele. Foi o que fizemos. Eu (Brasil), Victor (Peru), Mille e Zdravzko (Macedônia). Fomos a uma praia que não lembro o nome, mas nos informamos antes onde era o point do lugar. Pegamos um táxi e fomos até lá. Muito barato o táxi. Pagamos 2 dólares cada um pra ir, e 3 pra voltar. O dólar americano lá vale o dobro do que o dólar ‘barbariense’. E eles também dirigem do lado direito. To achando tão divertido isso. Sobre as pessoas, achei muito simpáticas. Paramos numas lojas no centro da cidade e os meninos compraram algumas roupas, e eu comprei um DVD do Almodóvar (Volver). Paguei 6 dólares americanos. A merda é que me deram o troco em dólar local. Fuck! E o que eu faria com um dólar que nunca mais iria usar na vida? Ok, fomos embora. E paguei o táxi com esse dinheiro. Deu bem certinho, e ainda guardei umas moedas. Chegamos no porto 16h53, 7 minutos antes de começar a trabalhar. Mas até chegar no navio, entrar, se trocar, tomar banho, e ir pelo longo caminho até a staff mass, comecei a trabalhar atrasado, às 17h10. Mas tudo bem.

E sobre a praia? Meudeus! Nada melhor poderia acontecer nesse momento. Praia lindíssima. Você paga 5 dólares pra entrar nela, mas tem direito a uma bebida. Areia branquinha, com guarda-sol a dar com pau, cadeiras de praia, e umas camas-elásticas flutuantes. OMG! Que delícia. Imagina uma cama-elástica flutuando no mar? Claro que não imagina. Eu nunca tinha imaginado isso. Que coisa linda. Pra chegar nelas tem que nadar uns 50 metros, e eu cheguei lá quase morrendo. Imagina: morrendo de trabalhar e sem nadar há muito tempo. O resultado foi que saímos da praia mais mortos ainda, só que valeu demais a pena. E agora pense numa água transparente. A água de lá é mais ainda. Eu com água no pescoço e ainda conseguia ver meus pés. E de cima da cama-elástica, que deve estar há uns 3 ou 4 metros do fundo, eu ainda via a areia claramente. E peixes! OMG again! Sim, peixes! Que delícia tudo isso. Nunca imaginei na vida estar num lugar desses, e hoje eu estive. Vou postar fotos no orkut pra vocês terem noção do que é isso.

E hoje chegaram pessoas para treinar aqui. Eles vão trabalhar em outros navios, mas vieram treinar aqui. E tem uma brasileira. Troquei umas palavras com ela, mas bem poucas.

Tenho conversado bastante com os portugueses. Acho que eles começaram a ir com a minha cara. Os ucranianos hoje não me deram trabalho, porque a Patrícia (México) continuou na staff mass, como ontem. A notícia boa é que o Vitaly (Ucrânia) ta indo embora logo! Só espero que não mandem outro ucraniano no lugar.

Acho que foi só por hoje.
Alguma pergunta?

Tiaus!.

5.3.09

Longe de casa há mais de uma semana.

não sei porque que eu fui dizer bye bye,

Hora Local (Trinidad & Tobago): 22h20
Hora do Brasil: 23h20


Agora aqui no crew bar ta tendo Disco, e ta tocando umas músicas da night indiana, tipo Bollywood, sabe? Ta divertido!

E como sempre, nem sei o que dizer sobre a manhã. Mas tomei a bendita vacina e peguei meu Laminex. Mas ah, sim, lembrei. Hoje teve crew drill, e isso quer dizer que soou o alarme de emergência pra teste, pra cada um ir pra sua posição e tals. Enfim, e eu fui. Como nunca tinha feito, fui até o meu local de emergência, e perguntei onde exatamente eu tinha que ficar. Me falaram que pelo meu Blue Card, era área B. Eu fui, fiquei lá. Daí teve uma chamada em TODOS os auto-falantes do navio por nomes de pessoas que ainda não estavam em suas posições. E eu fui chamado. CACETE, eu tava no lugar que me falaram. Mas ok, fui lá perguntar se eu tava certo. E me confirmaram na lista, dizendo que eu tava. Então sentei de novo. Depois de um tempo, teve outra chamada no auto-falante, e me chamaram de novo. PQP! Já fiquei puto. E fui perguntar pra outra pessoa, e me disseram que eu deveria ligar pra Bridge (acho que significa cabine de controle), e eu liguei. PQP de novo, porque levei uma bronca enorme do chefe de segurança, dizendo que eu era irresponsável, que deveria estar na minha posição, que se fosse um acidente de verdade eu seria culpado por várias coisas e bla bla bla... e apesar de eu explicar o que aconteceu, de eu ter perguntado onde era e tal, não tive chance e fiquei com a culpa. E se isso acontecer de novo eu levo uma advertência. Bem, isso e mais a vergonha de ter que levantar no meio de 300 pessoas pra ir ligar pra Bridge, ter meu nome chamado pra 5 mil pessoas ouvirem duas vezes, foi o suficiente pra me deixar bem puto, porque eu tava levando uma culpa que não era minha. Mas beleza, passou. Agora já sei onde tenho que ficar e das próximas eu acerto sem ter que perguntar. Foda que depois todo mundo que sabia meu nome vinha me perguntar o que aconteceu comigo, que tinha ouvido a chamada e tals. Que merda!

Ok, acho que foi o suficiente pra manhã.

No break das 2h30 às 5h, finalmente desci do navio. Fui com Patrícia (México), Elena (Ucrânia) e Zdravzkov (Macedônia) pro centro da cidade. O porto é também um porto de cargas, então é meio sujo e tals, bem diferente da água verdinha de Curaçao, mas claro que fiquei encantado com tudo, porque era minha primeira saída, minha primeira vista de uma cidade/país tão diferente. Só existe marca de carro que no Brasil é importante, tipo Honda, Toyota, Nissan, só que lá é carro popular. E eles dirigem do lado direito! Achei tão divertido! As pessoas são todas negras, e eles falam inglês. Vi criancinhas de 2 ou 4 anos de dread no cabelo. E sei lá, a cidade em si não é tão diferente da Augusta de São Paulo, por exemplo. Uma zona na rua, com vendedores de bugigangas, várias lojinhas de souvenir, etc. Entramos numa lojinha e andamos bastantinho até. Não lembro o nome da moeda corrente, só sei que eles chamam de dólar, quando na verdade tem outro nome. Só que o suposto dólar deles vale muito pouco, numa proporção de 1 pra 6 do dólar americano. Eu tava achando as coisas caras lá, vendo tudo preço de dólar, até que descobri que era o dólar local, não o americano. Mas sobre a saída, foi só isso. Fiz vídeos e fotos. Tivemos que voltar rápido. Acabamos ficando fora só por 1 hora, porque até sair do navio já eram 3h da tarde, e tínhamos que voltar antes das 4h, porque tripulante tem que estar no navio 1h antes dele partir, e ele parte quase sempre às 5h. Daí é foda!

Amanhã chegaremos em Barbados. Dizem que a praia é bonita, mas tem que pegar táxi pra sair do porto e ir até lá. Vamos ver!

E no trabalho foi tudo bem hoje. A Patrícia trabalhou conosco, então o ambiente tava melhor com uma ucraniana a menos. O Vitaly (Ucânia) é mandão, mas sabe que eu faço as coisas sem ter que pedir. Já a Tetiana (Ucrânia) é uma mandona chata, que manda fazer coisas idiotas e ainda quer que faça na hora. Deuzolivre. Ainda bem que ele não esteve conosco hoje. E que continue assim a escala.

Já esqueci 18 coisas pra contar, mas nem dá nada. Mas antes que eu esqueça, fiquei até emocionado com o comentário do Cristofer de uns dias atrás. Grande amigo. E, claro, eu sempre lembro dos tempos da cantina do Unicenp aqui, porque o trabalho é muito parecido, e foi lá na cantina que eu tive a base pra fazer o que to fazendo hoje aqui. Então devo muito a esse 1 ano e meio que passei lá.

E eu sei que tem mais algum comentário pra eu dizer alguma coisa, mas como to escrevendo offline não tenho como ver. Mas ta, por hoje chega. Tento postar as fotos de Trinidad & Tobago no orkut hoje.

Ah, e claro, faz uma semana que saí de casa pra entrar nessa aventura, e sinceramente não posso dizer que o tempo voou (apesar de nem saber que dia da semana é hoje), porque pra mim parece que estou há meses no navio; já estou bastante familiarizado com as coisas.

Tchau!
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4.3.09

Before sunset


Hora Local (at sea - Mar do Caribe): 22h45
Hora do Brasil: 23h45

O dia foi positivo. Conheci o navio de ponta a ponta. Não é uma forma de expressão, é de verdade.

Não me lembro muitas coisas da manhã pra contar, porque como trabalho dois turnos assim, parece que a manhã foi outro dia, ainda mais quando durmo entre um turno e outro, como hoje. E apesar de saber que eu teria o que contar, eu não lembro.

Enfim, quando o primeiro turno terminou, no meu break da tarde, fui procurar pela piscina. E a encontrei no deck 8, basicamente dentro do crew bar, onde eu venho todo dia. Mas fica meio escondida. Bem, fui lá. E foi incrível. Numa das fotos que postei ontem no orkut, aparecem umas piscinas, que eu achei que era de passageiros. Mas não, é o pra tripulantes. E lá que eu fui hoje. Claro que tirei muitas fotos. Fica bemmm na proa do navio, lá na frentona. Na frente dessa área não tem mais nada. É exatamente o começo do navio; exatamente o lugar do “I am the king of the world”. Eu queria tirar uma foto dessa, mas fiquei com vergonha. Ainda mais que passou o chefe da vigilância sanitária e me viu brigando com o posicionamento da máquina e se ofereceu pra tirar a foto. Daí ele tirou, mas claro que não fiz pose de Titanic, porque a vergonha não deixaria. Mas tirei várias fotos, pra aproveitar o momento. Tem uma brisa muito forte que vem do oceano, venta bastante do lado de fora. E existem gaivotas no céu. Elas parecem estar paradas no ar, ficam planando em cima do navio. Sei lá se elas pegam algum tipo de camada de ar diferente, só sei que elas ficam em cima do navio. Lindo! E o navio parece estar parado também, vendo lá da frente.

Bom, depois de aproveitar a jacuzi e tirar várias fotos, deitei naquelas cadeirinhas e tals, pra tomar sol... e acabei dormindo! Não era a intenção dormir, mas como eu vivo morto de cansado, juntando com o barulho do vendo se confundindo com o barulho do mar, mais gaivotas, sol, e o balanço do mar... há, eu dormi! Acordei desesperado, sem saber que horas eram. Eu não tenho relógio. Voltei correndo pra cabine, ainda sem saber a hora. Cheguei lá e vi que eram 10 pras 5h. Ou seja, hora de trabalhar. Não sei como consegui acordar a tempo. Quase perdi a hora com isso. Mas deu tudo certo.

No trabalho a tarde, eu acho que discuti com alguém, mas não me lembro direito como foi. Só sei que os ucranianos ficam desesperados meia hora antes de ir embora, porque tem que limpar tudo e tal, e eles se desesperam. Ficam mandando e desmandando, e querem que você faça na hora, não pode ser depois. E por esse motivo acabei discutindo com a Tetiana (Ucrânia), que inclusive está do meu lado agora aqui no crew bar. Haha

Bom que amanhã a Tetiana vai trabalhar na officer mass, e quem vem pra staff mass é a Patrícia (México). Então vou falar muito espanhol na frente dos outros, pra eles ficarem com raiva. A Patrícia é a pessoa mais legal que conheci até agora aqui. Super gentil e sempre apta a ajudar, a tirar dúvidas, etc. Pena que ela está no seu último cruzeiro. Em menos de 10 dias ela vai embora.

E pra encerrar, devo contar que descobri como chegar na popa do navio. Fica exatamente em cima da staff mass, onde eu trabalho. Na verdade, cada andar tem um lugar desses, mas eu descobri o mais perto de mim. Atrás da staff mass ficam as “âncoras” do navio. Ta entre aspas porque não são âncoras, mas são cordas que seguram o navio no porto. E em cima disso tem uma parte de passageiros que dá pra ir. É só pegar uma escadinha ali na staff mass. E fiz isso hoje, só pra ver onde dava. E deu lá. Fiquei tão feliz, porque foi uma das paisagens mais lindas que já vi na minha vida. Eu, num navio gigantesco, do mais alto luxo, vendo o pôr-do-sol cair no Mar do Caribe. Quase chorei, de verdade. Sabe aqueles desenhos que você vê o sol se pondo no mar, e fica aquela marca amarela na água? Então, eu vi isso de verdade. É impossível contar e fazer vocês imaginarem. Nem foto faria isso. E não tirei uma porque tava em hora de trabalho, sem a máquina. Só sei que é incrível.

Enfim, hoje fui da proa à popa do navio e me senti muito bem. Acho que farei isso todos os dias agora.

PS: ah, tirei a foto pro Laminex. Amanhã é só tomar a vacina e pegar o #$%^& cartão, pra poder descer em Trinidad & Tobago.

PS2: amanhã é dia de drill. Ou seja, vai soar o alarme de emergência e todos devem ir pras suas posições. Depois conto direito como essa coisa de posições funciona. Mas só pra adiantar, todo tripulante tem um cartão chamado Blue Card, que diz onde você deve ir em casos de emergência, pra ajudar a socorrer os passageiros.

Tiau!
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3.3.09

ps:

Hora Local (Curaçao): 22h40
Hora do Brasil: 23h40

Acho incrível que sempre penso no que escrever durante o dia, mas chego aqui e esqueço. Mas, bem... vamos tentar.

Ah, hoje depois que postei no blog, fui tentar a quadra de esportes que fica no deck 16. Mas o elevador que sai daqui do crew bar (deck 8) só vai até o 12. Então, precisa-se pegar outro elevador. Só que eu nem sabia e nem sei ainda qual é. E eu fui até o deck 12 pra procurar, subi pela escada até o 13, e não encontrei. Saí na área de passageiros, só que como tava sem uniforme, eu não podia circular lá, então procurei a saída mais próxima pra qualquer lugar que não fosse de passageiro, e saí por uma porta de emergência que... tcharammm! Me deixou de cara pro mar, do lado de fora, na proa do navio! Meudeus, quase tirei uma foto de braços abertos gritando “I am the king of the world”. Só não tirei porque não tinha profundidade suficiente, e nem quem tirasse pra mim. Mas tirei várias fotos de Curaçao, do mar, de mim mesmo (aquelas de emo). Enfim, valeu a pena. Era uma areazinha que não tinha nada, que era o final da sacada da cabine dos passageiros, e como era bem na proa, não tinha cabine nenhuma.Apenas um lugar de nada pra nada. Bem embaixo daquela coisa atravessada no topo do navio, de vidro. Se vocês olharem a foto que postei uns dias atrás, vão saber do que to falando. E vou tentar postar a foto aqui. Ainda não sei se a internet vai deixar eu fazer isso. Mas tentarei, pelo menos no orkut.

E como eu disse antes, eu teria dinheiro pra receber hoje. Fui lá receber e adivinhem quanto? TRÊS DÓLARES E TRINTA E TRÊS CENTAVOS! “Wow! I’m rich”, eu falei pra moça que me pagou, e ela disse pra eu não gastar com bobagens. Pois é. E fora isso, recebi hoje até gorjeta. Haha pois é, 1 dólar. Meu saldo do dia foi super positivo. Agora tenho mais $4,33 pra gastar com internet.

Eu dou risada da gorjeta porque na verdade não é nada comum pessoas na minha função ganharem, porque afinal de contas, a gente trabalha nos restaurante das pessoas que sobrevivem da gorjeta que ganham, então não é nem lógico eles pagarem gorjetas. Mas o tio lá me deu 1 dólar. Fiquei bem feliz. Haha

Fora isso, o trabalho hoje foi bom. Me senti mais a vontade na staff mass, aturei mais os ucranianos, porque acho que eles estão gostando de mim. Odeio ter que agradar aos meus colegas de trabalho e não ao meu supervisor pra poder sobreviver em paz, mas tenho que fazer isso. Se não fizer, acabo discutindo com um deles de graça, e no fim das contas eu é que vou estar errado perante a supervisão. Então deixa. Mas trabalhei mais contente hoje, com mais confiança, entendendo melhor o que as pessoas me perguntavam e pediam. Consegui me achar na cozinha que, aliás, é gigannnnnnnnnnte. Gigante! GIGANTE! Mesmo, de verdade! Não sei quantas cozinhas existem, mas se me falarem que é só ela, eu acredito. Tem padaria, confeitaria, cozinha de comida mesmo, tudo junto nesse lugar. E, enfim, eu me achei lá e gostei disso. Sem falar que me precavi hoje com o menu. Não é minha obrigação saber, mas se eu souber, sempre ajuda. E realmente me ajudou, porque me perguntaram coisas dele e eu soube responder. Principalmente quanto perguntam do prato especial: - “What`s special today?” – “Roasted Lamb”, eu respondia na ponta da língua. Hahaha

Amanhã os horários são os mesmos de ontem e hoje. E é “at sea”, então quer dizer que vou poder fazer a !@#$%^&* do Laminex (não posso falar palavrão porque a vó briga).

Ah, e hoje conversei mais com as brasileiras durante o jantar delas. A Camila e a Talita. Falamos um pouco mal dos outros em português. Vocês não tem idéia de como é bom. Não falar mal dos outros, mas falar alguma coisa que o resto não entenda. É uma sensação ótima. Falei também com uns portugueses no jantar deles. Me pediram “um gelado” e eu não sabia o que era. Até que depois de muito tempo fui entender que era sorvete.

Ah, e a cagada do dia foi ter derrubado um copo de vinho inteiro na mesa. Mas não dá nada. Haha e eu escuto isso várias vezes por dia também: “a glass of the red wine, please?”.

Ainda tem alguma coisa que to esquecendo de contar. Mas não tem problema, outra hora eu lembro.

Tiau!

PS: Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh, acho que lembrei! No meu segundo dia, de noite, tava passando na TV algum documentário ou reportagem sobre o Brasil. Sei que vi um jogo do Fluminense e alguma coisa do carnaval. Fiquei tão feliz que vocês não tem idéia. Queria compartilhar daquilo com alguém, mas não aparecia ninguém. Até que passou por mim o Alejandro (Peru) e eu dizia todo feliz: “brazilian football, look! Look! It`s Brazil!”, mas não continuei acompanhando, porque tinha que trabalhar e não podia ficar parado vendo TV bem no meio da praça. Enfim, acho que era isso.

PS2: Ahhhhhhhhhhhhhhh.. as sul-africanas! Gente, embarcaram comigo, de uma vez só, umas 10. Descobri só ontem que eram da África do Sul. São todas lindas. Não sabia que lá tinham mulheres bonitas assim. Duas, inclusive, tem olhos azuis. Fiquei admirado com isso. E eu só lembrei de falar isso agora porque elas estão no sofá do meu lado aqui no crew bar. Só que são meio metidinhas. Não se misturam. Criaram uma ganguezinha entre elas e os guris do país delas, e não falam com ninguém mais. Enfim...

Agora tiau!
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Bendito Laminex!

Hora Local (Curaçao): 15h30
Hora do Brasil: 16h30

Pois bem, chegamos a Curaçao. Vi no mapa e é bem pertinho de Aruba, por isso que notei o navio “andando” bem devagar ontem à noite.

Foi tão bom trabalhar até as 21h30 ontem, porque daí 10h30 eu tava dormindo já, pra acordar as 5h. Sem atrasos, tudo certinho. E hoje o supervisor polonês tava de folga, então ficou o português todo tempo lá. Conversamos bastante, e simpatizei com ele, mas ele vai embora daqui 1 mês. E tomara que o próximo supervisor não seja dos chatos.
Os ucranianos hoje não estão tão chatos. Tem uma que também é nova, há cerca de 1 mês aqui, que é mais simpática. Mas os outros continuam metidos e mandões. Não posso fazer nada ainda, porque aqui funciona a lei do ‘mais tempo a bordo’.

Deixei de contar alguma coisa ontem, e ainda não lembro o que é. Que droga!

E sobre hoje, fui tirar o bendito Laminex, pra poder sair do navio. Até me animei que ia conseguir hoje. E, adivinha? Não tirei. Fui tomar a vacina que precisa, e descobri que precisaria tirar uma foto antes, uniformizado e tals. Ok. O problema é que o negócio de tirar foto só funciona quando o navio está em alto-mar. Shit! Só amanhã. E não posso tomar a vacina enquanto não tirar a foto. Aqui as coisas são meio idiotas assim. E funcionam em horários mais idiotas ainda. Por exemplo o centro médico que funciona das 8h30 às 10h e das 16h às 18h. Tipo, impossível pra quem trabalha o dia todo, né? Pior ainda é a porra do negócio de foto que só funciona ‘at sea’. Enfim, um dia eu consigo descer.

Mas pelo menos hoje consegui sair pra uma das áreas externas e sentir ar puro. Foi a primeira vez desde que embarquei. E vi o mar de Curaçao, pois já estávamos atracados. O mar é verdinho, clarinho, limpinho. Bem bonito!

Ah, e no navio existem bicicletas para empréstimo (na verdade, acho que alugam) pra quando a gente descer. Com certeza vou pegar uma, pra poder ir mais longe nas cidades. Haha

Não sei mais o que dizer. O dia de trabalho ta sendo normal, sem grandes novidades. E tenho ficado feliz quando consigo responder, em inglês, logo de primeira. Porque normalmente eu tenho que pedir pra pessoa repetir pra eu entender. Mas tenho melhorado bastante. Foda é lembrar o nome de todas as coisas específicas de um restaurante, como o nome de comidas e temperos, saladas, legumes... muitas coisas nova pra lembrar!

E respondendo as perguntas dos comentários:

Andressa: ele segue o fuso normal, do local mesmo. Cheguei em Miami e partimos com o horário de Miami, 2h atrás do Brasil. E antes de chegar em Aruba, adiantamos uma hora. Foi esse o dia que me atrasei, justamente porque era uma hora a menos pra dormir. Haha

Paula: é, fico meio segurando as coisas, tipo copos e tal. Mas cai bastante coisa. Hoje pra atracar tremeu de novo, mas bem menos do que ontem em Aruba, então nem caiu nada. Tudo aqui é bem fixado na parede, como as TVs, geladeiras, etc... pra não cair mesmo.

Bom, acho que isso é tudo.

Ahhhh, na verdade, vieram me falar hoje pra passar na crew office receber. Haha mal trabalhei e já vou receber. Devo pegar uns 10 dólares. Haha

Enfim, that`s all, folks!
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2.3.09

Pois bem, cheguei.


Hora Local (Aruba): 15h40
Hora do Brasil: 16h40

Me dá vontade de escrever sobre o que se passa agora, mas vou tentar escrever sobre os acontecimentos anteriores antes.

Bem, é tudo uma correria. Como já disse, eu trabalho o dia inteiro, das 6h às 23h, mais ou menos, com intervalos durante o dia. No fim das contas, tenho dormido cerca de 5 horas por dia. Ontem, no meu intervalo de 3 horas da tarde, fui dormir. É fácil demais dormir, porque a gente sempre tá morto. Mas dormi demais. Acordei, desliguei o despertador, e dormi de novo. Acordei com uma ligação. Eu estava 40 min atrasado. Achei que tinha sido o supervisor de novo, tava vendo que tinha me fodido de vez por ter atrasado duas vezes no dia (sim, pela manhã me atrasei 15 min e levei uma semi-bronca). Passado algum tempo, descobri que foram meus colegas de trabalho que decidiram me ligar. Quem ligou foi Victor (Peru), mas com o acordo de todos. Fiquei feliz em saber disso. Primeiro, porque eu não ia levar bronca do supervisor, porque ele nem ficou sabendo, e depois por ver que a galera é camarada, que estão ajudando uns aos outros. Pelo menos ali na crew mass (já prossigo no assunto). Enfim, isso foi tudo por ontem.

Hoje fui escalado pra trabalhar na staff mass. As pessoas da minha função tem cerca de 4 lugares diferentes para trabalhar. Existe um rodízio. A crew mass é onde está a massa dos tripulantes. A staff mass é onde as pessoas mais importantes se alimentam. Tem ainda a officer mass, onde a segurança e chefões comem. O que acontece é que na staff e officer mass as coisas são mais xiques, como nos restaurantes de passageiros. E atendemos por pedidos especiais, coisa que não acontece na crew mass, onde todo mundo se serve sozinho e pronto. Mas bem, na staff e officer mass as pessoas não me parecem tão camaradas assim. No total, acho que são 8 pessoas trabalhando nessas duas, sendo que hoje só eu e a Patrícia (México) não éramos ucranianos. Não sei de onde surgiram tantos. Pelo local do trabalho, é muito melhor de trabalhar nesses dois lugares, mas pelas pessoas, meudeus! Eles são muito arrogantes (os ucranianos), metidos, mandões, e ficam falando na língua deles o tempo todo entre eles, e não entendo nada. Agora no final, antes do intervalo, só de raiva fiquei falando em espanhol com a mexicana na frente deles, só pra eles ficarem com raiva também. E ainda fiquei falando sobre eles, meio que pra vingar. Haha Tipo, perguntei como ela agüentava eles e tal. E era ótimo porque eles não entendiam e até que ficavam bravos. Um deles até ficou abusando a gente, repetindo uns “si, no, como están”, porque tava com raiva de não entender nada. Haha Enfim, foi uma vingança saudável e divertida. Bem, e logo mais tenho que voltar pra lá e encara-los novamente. Quis contar isso só pra balancear com a diferença da galera da crew mass pra eles. Nunca no mundo que os ucranianos me ligariam se soubessem que eu estava atrasado. Na crew mass temos dois da Macedônia, o Victor do Peru e outro tailandês. Apesar de ser mais reles, pelas pessoas, eu prefiro a crew mass.

Hoje tivemos mais treinamento também, e conhecemos o capitão. Achei tão divertido conhecer o tio que dirige isso aqui.

E agora estamos em Aruba. Eu e Victor (que também é novo), estávamos ansiosos pra descer, até que descobrimos que precisamos da porra do Laminex, um cartão pessoal com a ID de cada um, que permite que você desça. E nós não temos. Nos avisaram hoje que precisaríamos, e o lugar que faz está fechado. Ou seja, não vamos descer hoje em Aruba. Vai ficar pro próximo cruzeiro. Ainda iremos repetir este roteiro mais duas vezes.

O crew bar, aqui onde funciona a internet, vive paradão durante o dia. Mas ontem quando vim usar a internet, estava cheio. Tinha festa, com karaokê e tals. Galera mandando ver, principalmente os filipinos cantando aquelas coisas que ninguém entende. Mas nem fiquei na festa. Só usei a internet rapidinho e fui dormir, porque trabalhei até 23h30 e precisaria começar a trabalhar hoje de novo às 5h30. Ou seja, 6h de intervalo. Entre tomar banho, usar a internet e bla bla bla... dormi pouquíssimo essa noite. Mas pelo menos não me atrasei.

Tirei uma foto da janela do crew bar agora, de Aruba. Vou tentar postar aqui depois.

E uma coisa que me liguei, é que tenho feito vídeos e tal... mas não vou conseguir postá-los. Demora demais pra subir um vídeo, e eu usaria todo meu cartão da internet só pra subir um vídeo, e o cartão é tããão caro! Pago 20 dólares por 220 minutos. Não dá pra usar sempre. Tenho usado até muito, entrando todo dia. Mas vou tentar não entrar mais, porque senão queimo todo meu dinheiro nisso.

Bem, sei lá o que mais dizer. Me perguntem alguma coisa aí nos comentários que daí eu me inspiro pra escrever sobre.

E se o navio balança? Balança sim. É uma delícia pra dormir, balangandinho. E pra andar é estranho, porque uma hora você ta subindo, outra ta descendo, quando na verdade você está andando numa reta. Não tem como explicar.

Ahhhhhhhhhhhh, e pra parar no porto, parece um terremoto, porque o navio (creio eu) raspa na borda do porto, parece que numa borracha, daí treme tudo. As coisas nas mesas começam a se mexer e cair no chão. Eu achei divertido. Haha

E a água de Aruba é limpinha, tipo Lagoa Azul. Se não me engano, o filme foi gravado no Caribe mesmo. Falando nisso, achei a água do oceano linda (é o Mar do Caribe, no caso). É um azul muito diferente de todas as águas que já vi pessoalmente, bem escura, mas bem limpa.

Ah2: conheci a Camila, brasileira, que tem o blog linkado aqui do lado. Ela me apresentou também a Talita, outra brasileira. Foi bom ouvir o português brasileiro e poder falar também.

Ai, chega. Tiau!

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